terça-feira, 27 de abril de 2010

Preferência Nacional

Na verdade, mulher paquera, mulher busca, mulher é incansável. Está sempre antenada, foi-se o tempo que só os homens observavam bundas passando.
Uma amiga me ensinou que o melhor lugar pra se paquerar é nessas lojas de conveniência de postos de gasolina.
Eu aprendi e aderi. Não tem lugar melhor pra olhar uma bunda de homem.
Melhor... observar bem onde a bunda estava ... NUM CARRO...
Não me levem a mal, não estou me referindo aqui, aos interesses da tal Maria Gasolina (ou modernizando o termo: Maria Total Flex), que esta preocupada com o carrão do baixinho.
Estou me referindo à perspicácia de uma mulher inteligente, capaz de não deixar passar batido o currículo que o sujeito trás forjado a ferro é fogo, gravado no tal CARRO.

Carro é ficha da personalidade de qualquer um.
Observando de onde desceu aquela bunda, você imediatamente poderá saber:
Está num sedan: é um cara clássico.

Chega num cross qualquer: é esportivo e aventureiro
Voa num conversível: é bad boy e vaidoso.

O carro é do ano: o cara tá podendo ou tem crédito no banco.
É carro velho: tá na merda como você.
O som estava alto quando ele chegou: é exibicionista.
Musica clássica? Metálica?...Uiiii...pagode? rock? ...errrh ...rap? ou... eca... sertanejo?
Temos ai o gosto musical que faz essa bunda rebolar.

Eu por exemplo, não sou a fim de passar a mão na bunda de um cara escutando pagode...Uiiiiiii!

Adesivos colados:
De condomínio... fria, vaza rapidinho,...é casado!!!!

Aquele “bebê a bordo”, nossa... aí é ate pecado, mantenha distância.
De faculdade ou empresa: está aí a profissa da bunda...


Agora vem a melhor parte.

Ele desce do carro, vai pagar o combustível dentro daquela mínima sala, que dá lugar à deli.
Você ali quase colada...

Vai desfilar a bundinha bem pertinho de você.
É puro deleite...uauauauau.
Abriu a carteira, nosssssaaaa, olha só! Tem a foto da mulher ou namorada, você já está conhecendo a concorrência (que bofe).
Se forem várias fotos sobrepostas: sai fora, é de família constituída ... bunda comprometida, e a gente esta aqui pra se divertir, e não arrumar sofrimento.
Cartão de crédito ??? Vários??? Cores??? Bandeiras???

Mulher conhece tudo de cartão de crédito a quilômetros, vai saber até qual banco poderá encontrá-lo novamente (sem querer, coisa do destino...).
Carro último tipo, mas ele colocou 10 paus?
O carro é do pai.

Encheu o tanque?
É bem sucedido, ou tem mesada gorda; o pai é bem sucedido.

E por aí vai, eu poderia me estender muito mais.
Com a capacidade de observação (que é marca feminina) é infindável o número de informações e conclusões seguras, que se pode obter assim, sobre a personalidade, o caráter e posição social da BUNDA.
Lembre-se, não perca o foco, a gente esta interessada na BUNDA.

Então... ai oh!
Ainda está faltando um pouco de evolução pra ficarmos afiadinhas nesse negocio de paquera.
Que coisa estúpida é essa de querer saber coisas sobre a bunda.
BUNDA É BUNDA
Olha lá a gente de novo querendo casar com a bunda.
Pára! Redimensiona!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A vizinha recebeu flores

Choveu a noite toda. Pela manhã a cama estava tão boa, desliguei o despertador preferindo morrer a ter de sair da cama, poucos segundos... quase nada... só um pouquinho, mas foi o bastante pra perder totalmente a hora. Acordei assustada com o telefone avisando que já tinha cliente me esperando.
Que ódio, detesto que me ponham pilha logo cedo, aos tropeços e atrapalhada me arrumei como todos os dias, mas hoje nada parecia dar certo.
Claro, a escova não estava no lugar, esqueci de levar a toalha pro banheiro, o lápis de olho quebrou a ponta, a franja não obedecia ao pente, o “tic-tac” que eu queria usar pra dar um jeito na maldita não queria abrir, coloquei na boca pra abrir com os dentes e ele se prendeu nos meus lábios, arrancando pele e a meia calça que eu pretendia colocar com bota e vestido, estava furada.
Mudei rapidamente de idéia, e coloquei logo qualquer calça com suéter e escolhi um salto bem alto pra dar algum glamour às roupas tão mal escolhidas.
Saí correndo.
Esqueci de pegar a malha pra academia e os tapetes da loja, não faz mal.... vai sem ....pensei.
Em marcha acelerada, já na calçada rumo ao carro, não percebi a armadilha no piso coberto de limo, e claro voei... caí, e de salto alto.
Olhei para os lados pra ver quem assistia o tal vexame, só alguém varrendo a calçada, que teve a delicadeza de não rir. Imediatamente concluí: coitada, tá cheia de dívidas.
Porque ver uma pessoa cair, logo cedo, até pode acontecer... mas cair de salto alto.... ai é pra matar qualquer platéia de rir. Mas a moça que varria a rua ficou na dela e não riu, ela com certeza tem problemas (graças a Deus... p
ensei).
Levantei bem rápido e senti como um aviso o que o dia prometia....

Como uma guerreira segui em frente pensando, ... nada haver, ... comigo ninguém pode,... estou pronta pra enfrentar qualquer merda.
A manhã transcorreu como previsto, cheia de imprevistos, e a cada problema que eu conseguia resolver , comemorava numa espécie de gol.
Viu, você consegue, é isso ai!
Eis que no final da manhã, pela porta pude ver, um entregador abraçado a um lindo e majestoso ramalhete de rosas.... rosas vermelhas mescladas com lindíssimos botões amarelos e envolvidas em um lindo buque... Genteeeeeeeeeeeeeeee!!!! Que coisa linda.
Mas a sensação de satisfação diante de tamanha beleza durou menos que alguns segundos, tempo b
astante pra vizinha sair à porta e receber muito emocionada o buque, que era pra ela.
Gente que vaca, com
o pode uma pessoa que você mal conhece, receber flores assim na sua cara.... sem o menor constrangimento ... recebe e se mostra muiiiiito feliz e radiante, na maior cara de pau.
Ai chega né??? Melhor voltar pra casa mesmo ... o dia definitivamente acabou, não tava a fim de tentar mais nem um gol.
Fui!!!!!!!

Mas essa vizinha é ou não é uma vaca???? Acabou com meu dia.
Vai dizer que você ficou feliz por ela???? Larga de ser falsa!!!
Eu odeeeeeeeeeeeeeeeiooooooooooooooo a vizinha e suas flores.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Farinha do mesmo saco

Eu tenho uma fantasia sobre a criação da existência na face da terra, que às vezes chego a acreditar possa ser de fato o princípio de tudo.

Eu penso que an
tes dos tempos, havia apenas deuses em forma de consciência pura, senhores de plenitude, repletos de poderes, coerência e luz, que como únicos no universo bailavam ao som da paz que só havia antes do vir a ser.
N
ão sei exatamente porque, ou o que, sugeriu a esses deuses a criação de muitas almas espalhadas sobre a face da terra. Então esses deuses se doaram em extrema bondade e como grandes sacos de farinha, explodiram no ar e se espalharam em minúsculos seguimentos, dando origem às nossas almas e a tudo que passou a ocupar o universo.

Cada fragmento de um ser único e pleno foi isolado de seu todo, adquirindo seus próprios e individuais egos.
Surgimos já cheios de busca, insatisfação, incoerência e com a ansiedade de quem se perdeu e agora é um solitário a intuir que é incompleto, e que há algo maior.
Tipo:
- Quanta insatisfação eu sinto!!!!
- Cadê o meu saco????
- Quem poderá me compreender???
- Oh céus porque me sinto tão sozinho????.
Vez por outra esbarramos em partes da mesma origem. Reconhecemos algumas pessoas sem saber por que e as tomamos como parte de nossas vidas com distinção.
Sabe aquela história de empatia???
“Tantas pessoas passam por nossas vidas... mas apenas algumas ficam”.
Aquele amigo de quem não nos afastamos por toda uma vida, enquanto muitos outros nem nos lembramos, aquele tio por afinidade que amamos mais que nossos verdadeiros parentes de sangue, aquele cara que você passa a chamar de irmão, que se torna um companheiro para todas as jornadas... e que, com certeza , você assim como eu, ouviu sua mãe dizer:
“Vocês são mesmo farinha do mesmo saco”. Lembrou??
É isso! Esse amor espontâneo, que surge por empatia, é nada mais nada menos que reconhecimento de nós mesmos no outro.
Agora, eu sou louca, penso muita besteira e falo muita bobagem, mas se você aí acha que essa baboseira faz algum sentido, se entendeu ao menos o que eu quis dizer, diria que deveríamos então nos conhecer, existe uma grande possibilidade de sermos farinha do mesmo saco, e você pode estar guardando dentro de si parte de mim. Olha que lindo!
Seja bem vindo, eu lhe reconheço e lhe reverencio!!!
Alerta aos que além de loucos babam:
Se você é do tipo romântico que acredita em almas gêmeas, então eu endosso suas crença com este discurso, mas preste atenção, não se precipite, havia farinha demais em cada saco, muitas e muitas almas lhe serão gêmeas, pode colocar tudo em volta da sua vida, (farão parte), agora levar para o altar e ser feliz para sempre, acorda... é alma gêmea, mas totalmente insatisfeita como você. Aconselho tentar poligamia, pode dar mais certo nessa historia de felicidade.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Eu prefiro o dragão

Eu já sou muito antiga, sou de um tempo que ainda não era dado o advento das diversões atuais como os jogos eletrônicos, sou anterior mesmo a magnífica entrada da Xuxa na televisão e os novos e sensuais contos sem fada.
Sou mesmo de um tempo que criança brincava de short na rua, e menina brincava de boneca e casinha, e ouvia muitos contos com fadas e aqueles príncipes heróicos, que matavam o dragão pra salvar a linda princesa prisioneira na torre.
Coisa linda, muito linda, mas desde aqueles tempos eu já ouvia desconfiada, aquelas estórias. Achava meio metido e arrogante aquele príncipe e morria de dó do tal dragão.
Sabe que eu, já naquela época, simpatizava com o tal bichinho... grande... muito grande, faminto ...e que soltava fogo pelas ventas... sem jamais esconder suas emoções e suas verdadeiras intenções.
Achava o bichinho atrevidinhoooooooooo.
E cresci assim, meio apertada naquele vestido longo e quente de princesa, que não me parecia apropriado, e com aquela grinalda que coçava na cabeça. Mas eram assim as coisas pras meninas da minha época, devíamos crescer estudar escolher uma carreira, mas sem jamais nos desviarmos da atenção plena de descolar um príncipe num cavalo branco pra nos tirar da torre, casar, ter filhos e ser felizes para sempre.
E eu segui os moldes, mas mesmo que na ocasião eu ainda não compreendesse; nunca me esqueci do dragão.
Quanto mais me aproximava dos candidatos a príncipe, mais entediada eu me sentia, oh cara chato, oh cara fresco, vaidoso demais pra ser tolerável.
Requeria paciência, que eu definitivamente não tinha, sua performance era lamentável; se vestia e se penteava e fazia pose como quem vai ser fotografado a qualquer momento, quando não tava polindo a sua coroa, tava polindo o carro, sempre dissimulado em suas intenções, escondia o jogo, fazendo tipo de gostoso.
Chegava junto sempre verificando o território, avaliava antes de qualquer coisa se o alvo lhe traria alguma vantagem ou grandeza, aceitava todos os palpites da rainha mãe, escutava todas as opiniões de seus conselheiros amigos, era incorrigivelmente sugestionável, um saco. Avaliava, avaliava, pensava, pensava, fazia cara de paisagem como quem ta desinteressado. E eu princesa ...da-lhe investimento, da-lhe baton, da-lhe bilhetinho, da-lhe cartinha, da-lhe recadinho, da-lhe gracinha, da-lhe vestidinho novo, da-lhe “Feellings” no telefone, só pra convencer o principezinho, a simplicidade de dar um pega animal.
Mas que cara gay esse príncipe.
Fala verdade.
Ai, eu me lembrava do dragão. Cresci mesmo suspirando pelo dragão.
Bom nem preciso dizer que foi um desastre, porque quem quer viver o avesso da fabula se ferra em conflitos catastróficos, mas apesar de todos os percalços eu ainda sou mais o dragão.
O bicho, sabe o que faz, chega sem rodeios e anunciando sua entrada triunfal de longe, não faz segredo do que quer. Você sabe que ele vai te comer, nem que pra isso ele precise derrubar a torre, vai fazer sem pedir licença, sem perguntar nada pra ninguém, nem avaliar quaisquer circunstâncias, não mede esforços, passa por cima do que tiver pela frente, não há o que o detenha, o bicho solta fogo,... e lhe bota pra tremer. Te pega,... mata... e come. Cospe fogo e lhe deixa toda descabelada e marcada. Sai abanando o rabo sem deixar vestígios, é decidido, num tem frescura, ....
Mas também num deixa o telefone.....
Esse dragão é ótimo, oh bichinho corajoso, gosto muito dele sabia???
Saio toda chamuscada e um pouco machucada, demoro um pouco pra me recuperar do estrago, mas vale à pena. Oh se vale!