segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Criação

No princípio ....
No princípio era o verbo, e o verbo era Deus(a).


E no primeiro dia Deus(a) deu a “luz”
Nos seguintes, criou o céu, a terra e todo sortilégio de criaturas sobre ela.
E cada minúsculo grão de sua criação é perfeição em riqueza de detalhes, só restando a conclusão:


Nesta arrumação, tem dedo de mulher.
É pura essência feminina.
Deus(a) é mulher.

Vá lá, criar uma árvore em blocos, tudo bem, mas folhinha por folhinha?
Uma de cada tamanho?
Pintar uma por uma, nos mais variados verdes possíveis?
Isso só pode ser coisa de mulher!

Tudo bem, que seja,
Mas salpicar a relva de flores?
Pétala por pétala?
Cor por cor?
Ah! Isso é coisa de mulher!

Então tá! Criar o mar em um único tom de azul e enchê-lo de peixes grandes..., mas precisava fazê-lo dançar em ondas de degrade transparente? E as conchinhas, tão pequenininhas e retorcidinhas, precisava?
Ah! Isso é mesmo coisa de mulher!

Deus(a) achou seu feito muito bom, então pensou:
Já se faz hora. Criarei um ser e a ele entregarei Meu mérito, Meu zelo, Meu reino.
Então do pó Deus(a), soprou... e Adão seu companheiro, conforme seu par, em semelhança criou... para amá-La e Respeitá-La por incumbência.
No sétimo dia descansou.

Noites,... Dias,....
Adão parecia cada vez mais envolvido com as coisas da Terra, tantas novidades para explorar.
Deus(a) estava ficando entediada. Adão agora já andava tão ocupado, não havia mais muito de sua inicial atenção, quando era só Deus(a) para ele.
Então Deus(a) resolveu que era boa hora de fazer uma renovação, talvez mais alguém, que pudesse até Lhe ajudar. Com tantos afazeres. Também seria bom que Adão não estivesse tão só, afinal Deus(a) tinha lá muitas ocupações, era tanto por zelar, tudo – o céu, a terra – tudo por fazer.
Criou Deus(a) então:
Ela, a outra, a Eva – a primeira melhor amiga - e ordenou-a: ... Que Lhe fosse fiel.
Deus(a) se identificou muito com a alma criada.
E apesar de lhe dar sua imagem e semelhança, aproveitou para testar algumas tendências de moda que rolavam lá nas bandas do inferno.
Um aplique nos cabelos, cores mais claras e douradas para realçar a pele, uma lipozinha na cintura, e nos seios e quadris mais volume em silicone.
Deus(a) gostou muito do que viu.
Essa Eva era mesmo coisa do Demônio !

E assim foi...
Apresentou Adão a Eva e no jardim do Éden, nus os colocou.
Cuidou de deixar o clima agradável, perfumou o ambiente, ordenou que pássaros cantassem.
A brisa soprou suave...
Adão olhou pra Eva....Ih!!!!!!!!!!!

O resto é hoje previsível, mas naquela época era apenas a criação.

Deus(a) expulsou Adão do paraíso, ele se casou com a outra (a vagabunda da Eva) e foram infelizes para sempre.

??? A serpente ???? tá morrendo de rir! Levou a fama, mas nem se esforçou, na verdade só espalhou a fofoca, permaneceu enrolada na macieira vendo o circo pegar fogo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Consolo

Então é assim.
O assunto desse post eu havia deixado pendente a umas semanas atrás:

Consolo. Assunto difíííííííííííííííííííííícil!!!!

Eu tenho! Você não tem???

Não estou falando daquele consolo de viúva, como se pode denominar qualquer tipo de vibrador ou pênis artificial encontrado em uma bodega de artefatos sexuais por preços módicos. Destes, eu até tenho um, ganhei de presente de um amante com imaginação fantasiosa; achei bacana o presente. Mas homem pra dar presente é sempre assim: ou erra no tamanho, ou erra na cor. Neste caso o tamanho até que é bonzinho, mas a cor... aquela coisa é amarelo... gente, amarelo... aquilo antes de tudo me dá muita vontade de rir. Tá guardado no fundo de uma gaveta.
Confesso, às vezes fico tentada; mas é só abrir a gaveta e dar de cara com aquela COISA amarela, pra eu amarelar, acabou, passou.

O consolo a que eu me refiro é o do significado encontrado em qualquer dicionário: aquilo ou aquele que conforta.

E a única coisa que consola, acalma e conforta é o AMOR, um verdadeiro amor e ponto, nada mais interessa.

Ninguém vive sem esse negócio de amor.

Honestamente, sem sexo até pode ser, sobrevivemos; porém, sem amor apodrecemos, murchamos, morremos.

Portanto, consolo (de viúva) destes a pilha não basta à mulher alguma, não pelo menos com esse nome: CONSOLO.

Eu heim!

Ai é que eu entro com a pergunta: O que eu entendo desse negócio de ser amada pra contar pra vocês???

Nada??? Uai, então tô murcha??? Morta??? Uauuuu...

Bobagem, tô nada!

Acreditem, existem alternativas, sempre há um plano B.

Sorte daquelas que encontraram seu consolo em seus parceiros, maridos, amantes, namorados; mas essas relações muitas vezes não passam de disputa de egos intermináveis, e, algumas como eu, não encontraram aí o que confortaria seus corações.

No caso, tive que decidir bem cedo na vida se eu estava procurando um verdadeiro amor, ou apenas um homem. Porque gente, dificilmente as duas coisas vem embrulhadas no mesmo pacote.

No meu plano B eu só separei os itens, fica bem mais fácil de carregar.

E todos já ouviram dizer: Amor é Amor! Sexo é Sexo!

Consolo é meu plano B, é um homem que está sempre presente, ....não me come...., mas tem um lindo e verdadeiro amor por mim. Amor que me oferece em doses diárias e homeopáticas, e me rega com conta gotas, pingando constantemente pra que eu continue a florescer.

Mais ou menos assim....

Sr. Consolo quando viaja, liga pra se despedir, marca data pra voltar, deixa o nome do hotel caso eu precise falar com ele. Consolo acha que se ele se afasta eu posso morrer a míngua, e posso mesmo.

Quando volta, Consolo traz tipo aquele pratinho do Corcovado com a foto dele de presente (“estive aqui e lembrei de você”... claro que lembrou, cafona, mas lembrou mesmo).

Quando vai a Europa não me traz um perfume caro (não costuma trazer presentes pra ninguém, ficaria estranho comprar algo especial apenas pra mim) traz tipo um modesto imã de geladeira ou um botom, porque acha que assim meu presente não será notado pelos demais. Minha geladeira ta coberta de imãs do mundo todo.

Sr. Consolo nunca se esquece do meu aniversário. Não manda flores, mas não falta. O primeiro telefonema do dia é dele, avisando que a noite dá uma passadinha com uma garrafa de whisky, veja bem, nada de garrafa de vinho que poderia soar meio comprometedor.

Consolo tem uma namorada, mas tem um espaço reservado especialmente pra mim, tipo cada uma no seu quadrado. Mas sua auto estima é mais elevada quando está comigo, porque são nos meus olhos que ele se torna o homem mais atraente do mundo.

Consolo só se afasta quando está aborrecido, mas isso é apenas um pedido de socorro, é um sinal de que ele está precisando de atenção e que é bom eu ligar, porque com certeza ele tem problemas e não sabe pedir ajuda, se eu não ligar ele pode morrer.

Eu também às vezes me afasto, aí Consolo se desespera, manda sinal de fumaça, torpedo, e-mail, MSN, twitter, correio... porque aí ele pensa que eu morri.

É uma comunicação meio cifrada, na base de sinais, mas tudo é completamente percebido, entendido e registrado. É sintonia, é cumplicidade.

Sr. Consolo sabe tudo sobre mim, até as coisas que eu escondo, e que ele faz questão de falar na cara e fazer uma piada.

Sr. Consolo faz qualquer coisa por mim...

Mas não é pau pra toda obra.

Sexo, nem pensar.

Mas nem pensar mesmo, com o dele, ele não entra, mas nem pela hora da minha morte.
Olha que eu fiz de um tudo pra dar pra ele, mas ele não come! Depois de um tempo parei de tentar compreender porque ele economizava “o dele” comigo e aceitei o amor que ele podia me dar e hoje eu não troco isso por nada deste mundo.

Até existe um certo fetiche... um desejo meio que mudo calado engolido e nunca proferido, e sem chances de se realizar. Às vezes uma mão boba, um comentário com duplo sentido transparece nossas libidos, discretamente.

Não, não é gay...

É chato, mas não é gay.

Apesar de que, assim... pra dizer bem a verdade se ele fosse uma mulher, eu sou a mulher que ele gostaria ser. Se bem que, se eu fosse um homem... ele seria o homem que eu gostaria de ser.
É um caso de amor imaculado na sua única e possível garantia de sobreviver.

Mas haja pilha... porque uma relação assim dá muito trabalho pra manter. Com sexo a gente ainda dá uma enroladinha no cara, vai levando em banho-maria, mas assim, os dois de cara limpa, precisa haver muita afinidade pra coisa evoluir.

Mas a relação é perfeita, como de um casal super entrosado, sem os inconvenientes contratuais das relações padrão, que as mulheres abominam (lavar, passar, cozinhar, pêlos no banheiro, ronco na orelha, etc.)

Amor raro.

Amor limpinho.

Você não acha suficiente??? Preconceito bobo ... só porque não tem sexo??

Tudo bem, ai é só comprar pilha (no caso pro vibrador).

Inclusive se eu precisar, até a pilha ele compra.

Mas “O” dele... nem morta, santa.

Haja pilha!!!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Eu voltei !

Oi Gente!!! Voltei!!!!!
Quanto tempo heim???
Fui pra África assistir os jogos da copa! Acabei demorando um pouco mais do que imaginava. É que depois dos jogos o Willian Bonner chegou com as crianças e a Fátima insistiu muito pra eu ficar mais uns dias com eles... Eu não pude recusar.
Sei que deixei todos aqui sem nenhum aviso, mas eu não esperava dem
orar tanto, era pra ser jogo rápido... só um pulinho.
Eu tava até meio sem grana, mas achei que um evento desses - Copa do Mundo - onde estão reunidos tantos homens com seus pares de pernas de fora, eu não poderia perder. Afinal, uma coisa
dessas não acontece todos os dias.
Então juntei todos os meus trocados... e isso quer dizer que vendi meu carro, já que era a única coisa que poderia se transformar em “trocados”, parcelei a passagem em 36 vezes no cartão, e fui.
Mas olha só, se eu dividir o valor investido (afinal é um investimento) pelo número de pernas masculinas disponíveis no evento... sai baratinho o divertimento. Se somar então as pernas com todos os negros tórax em camisetas justérrimas, salientando o contorno daqueles mamilos rasinhos e todas as costelinhas naqueles tanquinhos... aí fica
uma baba pagar parcela por parcela desta viagem.
Sem esquecer ainda, que naquele continente há uma considerável concentração de homens negros pelos quais eu tenho loucura.
Sabe, tenho um fetiche pela África, porque sempre associo o tal continente a figuras negras, másculas e fortes.
Gente!!!!! Programa imperdível.... eu odeio futebol, e não ent
endo nada, mas de homem correndo atrás de bola (ou não) eu entendo tudo e adoroooooooo, se for negro então eu amooooooooooo.



........................................................................??????????????????????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Não ... vocês não estão acreditando que eu fui pra África assistir a copa????
Xiiii
Nananinanão, tô mentindo mesmo. Mas não passei estes dias internada pra fazer plástica nem desembuchando em Spa, afinal eu sou Diva, não tô precisando de nenhum reparo ou recauchutagem ... e se estou, não me conte, porque se me chamar de caída ou gorda acabou a amizade... apelou perdeu a razão.
Ara só porque eu tô mentindo, fui fazer plástica??? Eu heim???
Gente chata, custava acreditar que eu passei as últimas tardes passeando com a família Bonner, e que acabei de chegar com a mala cheia de camisetas autografadas por aqueles jogadores de todas as cores??? E que fique bem claro, cores aqui referem-se aos jogadores, não às camisetas. Fala sério, tinha cor pra todos os gostos, hein?
É, só que eu vi mesmo foi na televisão.
Tá... a Fátima também nem me conhece, nunca falei com Willian nem no twitter...
Mas se tô exagerando no tamanho da mentira, é só porque a verdade é chata, e o que aconteceu não tem graça nenhuma.
Eu só dei uma saidinha pra ir até ali, tipo jogo rápido... e de repente, armou um temporal e eu não pude reagir.
Essa é a verdade. Eu tava numa roubada, tipo vendaval, cataclisma, raio, trovão, tufão, desordem cósmica, fúria dos Deuses.
Tem períodos na vida que são tipo “agora fudeu”, mas como diz um amigo meu, “não há situação que não possa piorar”. Então tem aquele tipo de período que “fudeu”, num é uma coisa simples, é uma operação em cadeia interminável.
Tipo dominó, vai caindo pecinha por pecinha, e o fim é só quando acaba, quando cai tudo que tava de pé. Cai tudo, ou não chega ao fim.... aí é fudeu de verde e amarelo, ou fudeu a África geral.
Aí só por DEUS... é baixar a cabeça, ajoelhar e rezar.
Pois é crianças, eu me ausentei porque, assim como a seleção que tava fazendo uma péssima campanha, joguei muito mal nos últimos dias.
Mas no meu caso, o time é meu, a bola é minha, o técnico sou eu, o juíz, bandeirinha e gandula sou eu, a torcida de cara pintada também sou eu. Não há demissões previstas, e desastres só acontecem com quem tá em campo, ninguém leva pancada sentada no banco... eu perdi feio, mas também só perde quem tá no jogo... então, bola vai, bola vem, eu também.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Patrocinador, fornecedor, colaborador, pinto amigo e consolo.

É universal manter cadastro e catalogação dos relacionamentos de nossas vidas. Tudo cronologicamente separado por títulos e colocado dentro da caixinha de recordações com suas devidas provas de existência.
Tipo a rolha do vinho barato do primeiro encontro, o tíquete do estacionamento daquele jantar romântico, florzinha seca que foi presente um dia.
Aposto que na sua caixinha tem pelo menos um sabonetinho de motel, uma foto 3x4 com carimbo da carteirinha escolar ou do clube, não tem?
O papel que estava embrulhado o presente de natal, tem não tem? Papel de bombom, presença garantida. Aposto também naquele brinco que o par se perdeu naquele amasso dentro do carro. Cartas em envelopes amarelados? Cartões daqueles românticos cheios de gliter?
Ara fios de cabelo tem também? Mas convenhamos é meio nojento vai, joga isso fora, tem caixinha que é meio sinistra!!!!
E lá estamos nós, sempre repassando o cadastro e reorganizando a catalogação, e é muito comum que esteja dividido nas categorias básicas: Namorados, Noivos, Maridos, recentemente os Ficantes, isso não importa, lá estão: 10 namorados, 150 ficantes, 3 noivos, 2 casamentos.
Muito estúpido este registro todo, mas não há quem não tenha.
Muitas pessoas inovam um pouco essa classificação, existem formas infinitas de designações, e muitas variações nesses títulos, muitas vezes pra melhor se adaptarem as escolhas ou estilos de vida.
Eu particularmente classifiquei meus relacionamentos em patrocinadores, fornecedores, colaboradores, pintos amigos e consolos.
Patrocinador, por exemplo, eu tive só um, foi aquele único cara que além de ir ao supermercado ainda pagava pela compra, proporcionava meu bem estar, arcava com todas as minhas despesas, e a aquisição de todos meus regalos, homem tipo cama mesa e banho e com carne rigorosamente em dia.
Até hoje sinto muita falta dele. Não há uma única vez em que vou ao supermercado que eu não me lembre dele, na hora que eu chego ao caixa pra pagar então, sinto vontade de chorar de tanta saudade, coisa muito triste, isso.
Mas fazer o que, né? Esse eu perdi, as contas que ele paga agora são de outra. E eu que pague pelas minhas.
Ai então, até pela forma traumática em que perdi o meu tal patrocinador, eu passei a acreditar ser vantajoso e adequado pro meu novo estado de espírito, manter por perto apenas os fornecedores.
Há uma variedade enorme no mercado, mas não é tão fácil adquirir um que tenha qualidades necessárias, que entregue a mercadoria no prazo, que mantenha periodicidade regular, padrão de qualidade dos serviços prestados, difícil mesmo um que tenha um selo de qualidade tipo ISO 9001... ou atestado do IMEP, INMETRO,... muito difícil mesmo.
Mas quando encontrado... um bom fornecedor... Gente... ninguém precisa de mais nada. É o relacionamento perfeito.
Com um bom fornecedor vive-se uma relação de muita alegria e felicidade, é uma troca justa onde cada uma das partes tem seus devidos benefícios e com o equilíbrio que é fundamental, para um relacionamento baseado em cumplicidade total, direitos iguais e democráticas emoções, tudo regado pelo prazer e delícias que só podem sobreviver sem as intromissões do cotidiano. Relação onde não há uma segunda-feira pela manhã, nem contas pra pagar, é sempre sexta-feira à noite, com champanhe pra tomar.
Tipo bom pra todos... sabe?... ninguém leva vantagem, ninguém é lesado. Tipo negócio limpo.
Na minha opinião essa é a categoria dos sonhos. Não é casamento, não é dependência nem emocional e muito menos financeira, cada um na sua casa, cada um com sua vida própria.
É troca!...
Eu dou, você me dá (hum dádádádádá!!!!), estamos quites, tomamos banho e saímos limpinhos.
Nessa classificação, com todos os selos de garantia, eu também tive um só. Como um dia até o que é bom chega ao fim, acabou, sem dramas, tudo muito simples, desejamos felicidades mútuas pro futuro e cada um seguiu seu caminho.
Fazer o que né? ...Voltar para o mercado.
É farta a oferta, e o que mais tem disponível no mercado, pode ser encontrado em qualquer esquina, em qualquer boteco, é muito fácil pegar o tipo colaborador.
Cara legal preenche satisfatoriamente algumas horas, afastando a solidão ou o tédio temporariamente.
Mas pra não se aborrecer muito é importante manter vários contatos desse tipo. Porque nem sempre estão disponíveis nos seus momentos de necessidade.
Colaborador é isso mesmo que o nome diz, colabora, mas nem sempre, nem toda hora, e não dá pra forçar a barra, pra não perder os donativos a que ele se dispõe voluntariamente.
É assim como se você fosse uma dessas entidades filantrópicas, tem que ligar mensalmente, agradecer as colaborações recebidas, dizer que doação dele é muito importante para a manutenção da sua entidade, e perguntar cuidadosamente se ele poderá contribuir nesse mês.
Muitas vezes a pessoa não pode fazer os donativos. Muito difícil aquele que se compromete, mantendo suas colaborações regulares, como uma obrigatoriedade periódica acertada, você como qualquer voluntária da casa de caridade, vai ter mesmo de ligar de novo.
É meio chato esse tipo de encontro, mas muito melhor que ficar sozinha chorando no banheiro ou assistindo televisão na sua cama vazia.
Como esse mercado sofre muitas oscilações, é bom ter também para contar pra emergências de última hora, o pinto amigo, sujeito sempre disponível, no mínimo deve ser insosso, inepto, insípido, portanto não muito requisitado, mas tem um médio bom, faz um trivial agradável, não deixa marcas profundas, nem mata de tesão, mas é um bom amigo, camarada, uma boa companhia. Tipo última opção mesmo, ele não tem culpa, mas não vai fazer você se sentir feliz, é só um aconchego, tipo ursinho de pelúcia, sabe?
Mas quem num tem aquele dia que a melhor coisa a fazer é dormir abraçada no aconchego de um ursinho de pelúcia?
Pinto amigo é tão bom quanto ursinho de pelúcia e cobertor, numa noite de inverno.
Agora têm momentos que nada disso satisfaz, então só procurando o consolo...
Mas como esse sim é um assunto de fórum muito intimo e bastante delicado, tratarei então de forma exclusiva na próxima postagem. Isoladamente.
ATENÇÃO
Aviso importante:
As classificações devem manter-se inalteradas, não há nenhuma possibilidade de mudanças de patentes. Querer transformar um colaborador em fornecedor ou um pinto amigo em um patrocinador... é a mesma coisa que ligar uma tomada 110 em 220, fudeu ... aparelhos danificados irreversivelmente, e nenhum deles tem termo de garantia por uso inadequado... Simplesmente fudeu.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Só um breve e sincero agradecimento a toda galera gay!

O post “Eu a Vida e os Gays” da semana passada, obteve um número muito acima da média de visitações a esse blog.
Fico lisonjeada pelo prestígio, esse fato até me surpreendeu em números, mas definitivamente é a comprovação do conteúdo do próprio texto:
Olha só a identificação...
Eu sou muito gay!!!!!! (agora 99,99%)
Minha gente linda gratíssima por estarem sempre por perto.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Eu a vida e os gays

Gays fazem parte da minha vida, desde sempre.
Muitos tiveram lugar de destaque na minha trajetória. Verdadeiramente companheiros e fiéis, dividiram comigo meus melhores e piores momentos, e creio que por seus modos totalmente passionais e exagerados de sentimentos, deixaram ainda mais intensos qualquer tipo de acontecimento, dos quais tenham participado comigo. Se me recordo de um momento importante em minha vida, lá está um de meus amigos gays, lembranças intensas, vibrantes, quase sempre exageradas, que ficaram assim gravadas, como um dramalhão.
Não é por acaso sempre estar rodeada por eles, é afinidade mesmo, porque eu sou 99% gay.
Os 100% não deu... porque acabei gostando daqueles poucos centímetros no meio das pernas masculinas, pouca coisa mesmo, coisa de 1%, coisa mínima, poucos centímetros de prazer e sedução, coisinha a tôa que me manteve no mundo dos héteros.
Mas pra quem me olha de longe sou de levantar suspeitas, não sou nada delicada, falo grosso, falo alto, meio sem modos, trago na alma toda maneira gay de ser, exagerada e totalmente passional, uma identidade de comportamento que me mantém familiarizada com seu jeito de ser, de pensar e agir. Porque sentimentalismo gay, só sendo gay pra entender.
Eita tribo do exagerado sentimentalismo.
Não conheço nenhum gay morno, eles fervem.
Se é pra divertir... arrasam, são fogos de artifício, são purpurina, que festa!
Se é pra chorar... descabelam, derramam lágrimas de sangue, de matar de inveja qualquer santa miraculosa!
Se é pra odiar... baixa entidade nega furiosa, sobem na tamanca, rodam a baiana, sapateiam!
Se é pra amar... puta que pariu, é totalidade universal e descabida!
Se é pra ser amigo... é pacto de vida ou morte.
Eita gente complexa.
Não conheço nenhum gay ignorante ou alienado
Adoram uma bandeirinha, não podem ver uma que já estão agitando. Além da própria colorida, carregam várias outras, junto com o banquinho (claro), em que sobem pra agitá-las e discursar, defender todo tipo de minoria, todo alvo de preconceito, todo tipo de injustiça, o meio ambiente, a alimentação natural e vegetariana, o mico leão dourado, a política, o teatro, o cinema, a literatura e as artes em geral.
Se a causa num tem bandeira eles mandam fazer, adorammmmmmmmmmm.
Tipo gente cabeça sabe?? Integrada com as adversidades sociais, e ligadassos nos acontecimentos culturais.
Não conheço nenhum gay que não tenha princípios de fé, esperança e justiça.
Eita gente engajada
Coisas de costume, coisa de quem vive amando loucamente, coisa de gente que “pega”, comprometem-se com tudo, em nome de um coração que se doa a muitas causas, estendem suas mãos ofertando-as a dor alheia, tem olhos pra todas as dores do mundo, os que têm fome, aos abandonados ou enfermos, nunca se fazem de cegos pra quem precisa de auxilio.
Não conheço nenhum gay frágil
Eita gente corajosa

Coisa necessária à sobrevivência de quem afrontou pelo incomum, são fortes pra defenderem-se num mundo que os questiona e muito ainda os renega, são heróicos, pra se reerguerem e curar as feridas dos ataques do preconceito e intolerância. São guerreiros sobreviventes de muita ignorância. Coisa de gente que precisa cravar garras pra não ser arrastado, contra sua vontade, para aquela fazenda onde diz que tem um pastor que cura esse “mal”.
Eita gente digna, muitas vezes chaaaaaaaaata. Mas dignos.
Eu me lembro de uma história da infância, sobre o arco Íris que dá símbolo à bandeira gay. Quando o céu ficava riscado em cores, depois de uma chuva, alguém nos contava que em algum lugar onde o fecho de luz colorida se punha; lá no final do arco Íris havia um pote de ouro, uma grande fortuna a espera daqueles que desejassem seguir sua trilha.
Não sei o significado da escolha deste símbolo para a bandeira gay, mas eu adoro a versão do pote de ouro e quando estou ao lado de meus tão queridos amigos gays eu sei que caminhei junto ao arco Íris e fui até o final, e que lá os encontrei já com seus tesouros, meninos e meninas, repletos de suas riquezas interiores.
Que seguiram a ponte entre o céu e a terra pra buscar suas verdades, encontrar suas virtudes e a sustentação de seus instintos.
Lá onde a felicidade e a liberdade de ser simplesmente o que é:
é o verdadeiro e único tesouro.
Lindo né?? ( gayyyyyyyyyyyyyyy, muito gayviado)
Também achei.


Eita minha gente muito amada. Um grande beijão na boca de língua.
Porque eu não conheço nenhum gay que da beijinho. Se é pra ser beijo ... é beijão.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Gata de almofada

Eu não acho graça o tempo todo, muitas vezes eu me sinto cansada e abatida. Mas se me perguntarem eu direi... Tô óóóótima.
Tenho uma elaborada versão que dá sustento a minha vida, muito longe de ser a verdade, mais distante ainda de ser felicidade, mas que, se desacreditada, seria o meu caos total, porque eu aprendi que o fato não importa, o que vale mesmo é a versão.
Uma boa versão sobre si mesmo já é um bom começo. Invisto nisso diariamente num exercício árduo de sobrevivência, tentando dar credibilidade de que aceito as minhas mazelas, que “tô de boa” com a vida que tenho; que tudo é puro divertimento, que nada me falta, e que não há situação que apague o meu sorriso ou destrua minha confiança.
Mas se isso é apenas uma elaborada versão de fatos, que essa versão convença, antes mesmo de mim, a todos.
E é assim que tem que ser.

Tô óóóótima!!!!!!!!!!!

Mas veja bem, até da pra ser feliz assim por algum tempo, mas não o tempo todo, porque versão é versão, verdade é outra coisa.
Acha mesmo que eu estou nessa vida por escolha?
Porque eu prefiro ser livre, ser dona do meu nariz, falar o que me der na telha quando quiser, trabalhar feito uma camela pra ser bem sucedida e ter orgulho de garantir o meu próprio sustento, ser independente, brincar com homens que nem sabem o meu nome, dar murro em ponta de faca, brigar com marmanjos como se eu não tivesse medo de cara feia, viver antenada, negociar e renegociar com gerente de banco???
Eu heim??? Hellowwww
Claro que não... isso tudo é só a versão que me faz feliz .
Na verdade.... O que eu queria mesmo era ser GATA DE ALMOFADA.
Conhece??? GATA DE ALMOFADA???
Aquela bichinha que tem um dono, que lhe provêm todas as necessidades.
Que usa pingente de diamante pendurado na coleira, bem tratadinha, toda escovadinha, bem cheirozinha... doce e mimosa,
Aquela que a única coisa com a qual tem de se preocupar é ronronar se esfregando em sua fofa e confortável almofada chinesa de seda pura, enquanto recebe o carinho e afago do seu belo e distinto tratador dono.
Aquela gatinha, que no máximo vai espreguiçar-se lentamente sob comando e chamado dele. ROMROM....

Eu nasci pra ser uma linda charmosa e fresca gata de almofada. Não tive competência pra me estabelecer nessa categoria, eu era muito nova e imatura quando fiz minhas escolhas, eu acreditava que mulher feliz realizada tinha de ter essa vida de ratazana esperta, e não deixar homem posar de chefe e falar grosso.
Que besteira.
Competente, esperta e bem sucedida, é gata de almofada... eu, sou muito burra e incompetente!
Então vou nessa de vida bem resolvida pela minha própria sorte e parco juízo.
(dá esse boleto bancário que eu pago, o pneu também pode deixar que eu troco...)

Tô óóóótima!!!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Homem da minha vida

Para as mulheres da minha geração, já era aceitável sexo antes do casamento, ainda não assim, tão explicito, para ser colocado como assunto nos almoços em família, mas já havia um consentimento silencioso.
Nossas mães, quando eram muito modernas, já falavam sobre anticoncepcionais e risco de gravidez, mas essas eram raras, e muitas meninas se casaram, precocemente, por gravidez completamente fora de época.
Mas uma garota já não era considerada “perdida”, “estragada”, se tivesse transado com
o namorado.... desde que, veja bem ... desde que, o cara escolhido pra fazer sexo fosse “o homem da sua vida”, não podia haver uma distribuição farta, sem que fossemos julgadas e intituladas simplesmente.... BISCATES.
Aí, seguindo os moldes que mamãe ensinou (minha mãe era muito moderna), a maior parte de nós.... DEMOS POR AMOR.... (como se dizia naquela época).
A partir daí, coitado do sujeito!!!!..... ficava estipulado que ele era então, o tal “homem da vida da garota”, e isso, na maioria dos casos, era quase como um castigo ... COMEU... agora vai ter de casar.
Pronto... desgraça organizada pela manifestação de “liberdade” sexual daquele tempo, a garota enfiava na cabeça que aquele era o cara e não largava dele por nada deste mundo.
Casamento marcado com pompas
para virgens, a maior parte de nós (meninas-mulheres daquela época) passamos anos a fio fazendo infeliz um pobre coitado... na tentativa de transformá-lo definitivamente no que ele não era.............

O HOMEM DA MINHA VIDA..... Num po
dia dar certo, num é???

terça-feira, 4 de maio de 2010

Vida de Catarina

Existe uma Catarina no íntimo de toda mulher e, por algum momento, toda mulher já experimentou seus torpes poderes, mas só algumas fazem desta uma imagem constante.
(Se há algo de) Admirável na personalidade desse tipo, é a coragem, pois se faz necessário muita para desfilar a performática Catarina.
(Se há algo de) Inegável é sua capacidade de despertar as mais sórdidas emoções:
Nos homens:
O desejo, a paixão e a cobiça;
Nas mulheres:
A perplexidade e a ira.
Basicamente esta mulher já viveu algum glamour, mas hoje apenas se mantém sobre seus altos saltos, em postura altiva e prepotente.
No passado foi casada, teve filhos, sonhou até ser esposa e mãe, mas já possuía veia de Catarina, e jamais aceitou as regras do jogo, austera em demasia para manter qualquer relação.
Detentora de alguma maturidade, já passou por poucas e boas e, se não adquiriu experiência, já experimentou o que só o tempo pode dar.
Do que teve ate hoje, só mesmo o tempo pode reter e contar, ano a ano, dos muitos que lhe dão idade.
Além dos saltos muito altos e barulhentos sobre os quais ela literalmente marcha, suas vestes são sempre exageradas, denotando algo entre o caro–falsificado, o exótico impróprio ou vulgar.
Bonita - “não é bem o caso” – mas temerosa, por onde passa, objetivo atingido – é observada.
Não é de passar despercebida, mesmo porque toma providencias e grita no caso de tal ameaça.
Corpo escultural – “também não é o caso” – mas sabe sacolejar as partes em conjunto de forma a causar furor.
Sensual – “não é o caso” – ela é convite a sexo explícito.
Vaidosa, acho meio redundante dizer.
Gostos pessoais muito bem definidos, deixando claro que não veio mesmo para agradar.
Não é mulher de rodeios e meios termos. Ou a amam ou a odeiam.
Fala muito – “ e não é bem só este o caso” – fala alto e grosso, se abana e se debate em gestos exasperados.
Fala não só o que pensa, mas o que os outros deveriam pensar.
Tem opinião pra tudo e sua palavra de ordem é "discordo".
Discordo disso, discordo daquilo, e explica.
Sobressai-se em varias atividades, faz sempre alguma coisa a mais que mulheres mortais.
Politizada e esclarecida, sabe um pouco de tudo, o que não sabe não admite, proclamando seus conhecimentos.
Já leu muitos livros, mas diz que leu mais.
Metida a profissional qualificada – “mas só metida” - o cargo que ocupa não adquiriu por merecimento.
Centro das atenções – “não é bem o caso” – aliás, o mundo só é mundo, e existe a trocentos milhões de anos, se preparando para recebê-la. Acredita mesmo que todo o resto não passa de figuração, colocados nos devidos e exatos lugares apenas para ilustrar e dar enredo a sua historia, objetivo único da existência e criação universal.
Espiritualizada – “não é ocaso” – mas crê em Deus, foi batizada e tem formação católica; já participou de cerimônias de terreiro e admira a cultura, tem o telefone de uma mãe de santo, discute, estuda e aceita o espiritismo e tem seus guias de luz, se identifica com as teorias filosóficas do budismo, mas pratica ritual místico de sua própria criação.
Seu altar é eclético e altruísta, parecendo mesmo algo de bruxaria. A versão prega que sua pratica tem poderes sobrenaturais e que sua praga pega.
Enigmática – “não é o caso” – tem mesmo um quê de suspeito, da sua vida tudo que se diz é pura lenda.
Da sua vida e sua alma (se ela mesmo soubesse) jamais a alguém confidenciaria.
Conta apenas o oportuno, acredita que o que vale mesmo é a versão e não se importa de maneira alguma com qual seja; venha o que vier, endossa com gargalhadas histéricas.
Por suas escolhas paga caro, mas paga.
Das versões que andam nas rodas sempre restará apenas duvidas. Ela não confirma, mas também não desmente; se faz de rogada e superior, não dá satisfações a ninguém.
È sempre dúvida que a permeia, tudo então é apenas lenda.
Do que ela vive ($$): é lenda.
O que ela come: é lenda.
Com quem ela anda: é lenda.
Com quem ela dorme: é lenda.
Os títulos que sustenta, também: lenda.
Catarina sabe que tudo que há, não apenas ela, não passa de lenda e tem orgulho da lenda que escolhe viver, nesta lenda toda de vida.
Carreirista – “não é bem o caso” - admira mesmo os homens bem sucedidos, não perde tempo com quem não obteve na vida algum destaque.
“Bem é o caso” – Por ela homem nenhum colocaria a mão no fogo, por ela homem nenhum daria apenas um dedo, mas também não há caso daquele que nela não tenha desejado enfiar o mesmo dedo.
Aceita e gosta de brincar, mas só com aqueles raros e audaciosos homens que tem a coragem para enfrentá-la ou tocá-la.
Mas pra quem já sabe que não vai levar nada pra casa, prefere garotos, (menos de trinta, mais de um metro e noventa), e desses se seve fartamente.
Deles jamais espera nada.
Com resultados não se preocupa.
Vive os momentos que lhe são oferecidos e para estes é toda oferecida.
É uma vagabunda, mas profissional, sai de cena, sem sapatear, quando o momento se faz oportuno.
Acha graça do que passou e de toda a lenda que provocou.
Nunca se casa novamente, não nasceu para se curvar as necessidades do matrimonio.
Se apaixona, é claro, mas já sabe que o fim é certo, afinal ela é Catarina.
E Catarina não é mulher pra se desposar.
A ela homem algum destinará um lar.
Vive então sozinha, sempre sozinha, mas nunca a lamentar.
Analisada (vários anos de terapia), o que ela busca os bons psicólogos lhe disseram e, aliás, com um caso destes nas mãos, nadaram de braçada, na tentativa vã de lhe esfregar as verdades na cara, na tentativa de alguma realidade lhe imputar.
Mas destes Catarina discordou e quando mais não pode, trocou – e discordou e trocou – e discordou e trocou.
O que ela ganha com isso, literalmente no sentido da palavra: Nada.
O que ela perde com isso: Nada, não tem mesmo nada para perder.
(Se há algo de) Real é de fato o vazio, deixado pela elaborada e sofisticada ilusão de vida, daquela que na pia sagrada de batismo, recebeu outro nome, mas na guerra, na vida e na sina, rabisca e assina:
Catarina.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Preferência Nacional

Na verdade, mulher paquera, mulher busca, mulher é incansável. Está sempre antenada, foi-se o tempo que só os homens observavam bundas passando.
Uma amiga me ensinou que o melhor lugar pra se paquerar é nessas lojas de conveniência de postos de gasolina.
Eu aprendi e aderi. Não tem lugar melhor pra olhar uma bunda de homem.
Melhor... observar bem onde a bunda estava ... NUM CARRO...
Não me levem a mal, não estou me referindo aqui, aos interesses da tal Maria Gasolina (ou modernizando o termo: Maria Total Flex), que esta preocupada com o carrão do baixinho.
Estou me referindo à perspicácia de uma mulher inteligente, capaz de não deixar passar batido o currículo que o sujeito trás forjado a ferro é fogo, gravado no tal CARRO.

Carro é ficha da personalidade de qualquer um.
Observando de onde desceu aquela bunda, você imediatamente poderá saber:
Está num sedan: é um cara clássico.

Chega num cross qualquer: é esportivo e aventureiro
Voa num conversível: é bad boy e vaidoso.

O carro é do ano: o cara tá podendo ou tem crédito no banco.
É carro velho: tá na merda como você.
O som estava alto quando ele chegou: é exibicionista.
Musica clássica? Metálica?...Uiiii...pagode? rock? ...errrh ...rap? ou... eca... sertanejo?
Temos ai o gosto musical que faz essa bunda rebolar.

Eu por exemplo, não sou a fim de passar a mão na bunda de um cara escutando pagode...Uiiiiiii!

Adesivos colados:
De condomínio... fria, vaza rapidinho,...é casado!!!!

Aquele “bebê a bordo”, nossa... aí é ate pecado, mantenha distância.
De faculdade ou empresa: está aí a profissa da bunda...


Agora vem a melhor parte.

Ele desce do carro, vai pagar o combustível dentro daquela mínima sala, que dá lugar à deli.
Você ali quase colada...

Vai desfilar a bundinha bem pertinho de você.
É puro deleite...uauauauau.
Abriu a carteira, nosssssaaaa, olha só! Tem a foto da mulher ou namorada, você já está conhecendo a concorrência (que bofe).
Se forem várias fotos sobrepostas: sai fora, é de família constituída ... bunda comprometida, e a gente esta aqui pra se divertir, e não arrumar sofrimento.
Cartão de crédito ??? Vários??? Cores??? Bandeiras???

Mulher conhece tudo de cartão de crédito a quilômetros, vai saber até qual banco poderá encontrá-lo novamente (sem querer, coisa do destino...).
Carro último tipo, mas ele colocou 10 paus?
O carro é do pai.

Encheu o tanque?
É bem sucedido, ou tem mesada gorda; o pai é bem sucedido.

E por aí vai, eu poderia me estender muito mais.
Com a capacidade de observação (que é marca feminina) é infindável o número de informações e conclusões seguras, que se pode obter assim, sobre a personalidade, o caráter e posição social da BUNDA.
Lembre-se, não perca o foco, a gente esta interessada na BUNDA.

Então... ai oh!
Ainda está faltando um pouco de evolução pra ficarmos afiadinhas nesse negocio de paquera.
Que coisa estúpida é essa de querer saber coisas sobre a bunda.
BUNDA É BUNDA
Olha lá a gente de novo querendo casar com a bunda.
Pára! Redimensiona!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A vizinha recebeu flores

Choveu a noite toda. Pela manhã a cama estava tão boa, desliguei o despertador preferindo morrer a ter de sair da cama, poucos segundos... quase nada... só um pouquinho, mas foi o bastante pra perder totalmente a hora. Acordei assustada com o telefone avisando que já tinha cliente me esperando.
Que ódio, detesto que me ponham pilha logo cedo, aos tropeços e atrapalhada me arrumei como todos os dias, mas hoje nada parecia dar certo.
Claro, a escova não estava no lugar, esqueci de levar a toalha pro banheiro, o lápis de olho quebrou a ponta, a franja não obedecia ao pente, o “tic-tac” que eu queria usar pra dar um jeito na maldita não queria abrir, coloquei na boca pra abrir com os dentes e ele se prendeu nos meus lábios, arrancando pele e a meia calça que eu pretendia colocar com bota e vestido, estava furada.
Mudei rapidamente de idéia, e coloquei logo qualquer calça com suéter e escolhi um salto bem alto pra dar algum glamour às roupas tão mal escolhidas.
Saí correndo.
Esqueci de pegar a malha pra academia e os tapetes da loja, não faz mal.... vai sem ....pensei.
Em marcha acelerada, já na calçada rumo ao carro, não percebi a armadilha no piso coberto de limo, e claro voei... caí, e de salto alto.
Olhei para os lados pra ver quem assistia o tal vexame, só alguém varrendo a calçada, que teve a delicadeza de não rir. Imediatamente concluí: coitada, tá cheia de dívidas.
Porque ver uma pessoa cair, logo cedo, até pode acontecer... mas cair de salto alto.... ai é pra matar qualquer platéia de rir. Mas a moça que varria a rua ficou na dela e não riu, ela com certeza tem problemas (graças a Deus... p
ensei).
Levantei bem rápido e senti como um aviso o que o dia prometia....

Como uma guerreira segui em frente pensando, ... nada haver, ... comigo ninguém pode,... estou pronta pra enfrentar qualquer merda.
A manhã transcorreu como previsto, cheia de imprevistos, e a cada problema que eu conseguia resolver , comemorava numa espécie de gol.
Viu, você consegue, é isso ai!
Eis que no final da manhã, pela porta pude ver, um entregador abraçado a um lindo e majestoso ramalhete de rosas.... rosas vermelhas mescladas com lindíssimos botões amarelos e envolvidas em um lindo buque... Genteeeeeeeeeeeeeeee!!!! Que coisa linda.
Mas a sensação de satisfação diante de tamanha beleza durou menos que alguns segundos, tempo b
astante pra vizinha sair à porta e receber muito emocionada o buque, que era pra ela.
Gente que vaca, com
o pode uma pessoa que você mal conhece, receber flores assim na sua cara.... sem o menor constrangimento ... recebe e se mostra muiiiiito feliz e radiante, na maior cara de pau.
Ai chega né??? Melhor voltar pra casa mesmo ... o dia definitivamente acabou, não tava a fim de tentar mais nem um gol.
Fui!!!!!!!

Mas essa vizinha é ou não é uma vaca???? Acabou com meu dia.
Vai dizer que você ficou feliz por ela???? Larga de ser falsa!!!
Eu odeeeeeeeeeeeeeeeiooooooooooooooo a vizinha e suas flores.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Farinha do mesmo saco

Eu tenho uma fantasia sobre a criação da existência na face da terra, que às vezes chego a acreditar possa ser de fato o princípio de tudo.

Eu penso que an
tes dos tempos, havia apenas deuses em forma de consciência pura, senhores de plenitude, repletos de poderes, coerência e luz, que como únicos no universo bailavam ao som da paz que só havia antes do vir a ser.
N
ão sei exatamente porque, ou o que, sugeriu a esses deuses a criação de muitas almas espalhadas sobre a face da terra. Então esses deuses se doaram em extrema bondade e como grandes sacos de farinha, explodiram no ar e se espalharam em minúsculos seguimentos, dando origem às nossas almas e a tudo que passou a ocupar o universo.

Cada fragmento de um ser único e pleno foi isolado de seu todo, adquirindo seus próprios e individuais egos.
Surgimos já cheios de busca, insatisfação, incoerência e com a ansiedade de quem se perdeu e agora é um solitário a intuir que é incompleto, e que há algo maior.
Tipo:
- Quanta insatisfação eu sinto!!!!
- Cadê o meu saco????
- Quem poderá me compreender???
- Oh céus porque me sinto tão sozinho????.
Vez por outra esbarramos em partes da mesma origem. Reconhecemos algumas pessoas sem saber por que e as tomamos como parte de nossas vidas com distinção.
Sabe aquela história de empatia???
“Tantas pessoas passam por nossas vidas... mas apenas algumas ficam”.
Aquele amigo de quem não nos afastamos por toda uma vida, enquanto muitos outros nem nos lembramos, aquele tio por afinidade que amamos mais que nossos verdadeiros parentes de sangue, aquele cara que você passa a chamar de irmão, que se torna um companheiro para todas as jornadas... e que, com certeza , você assim como eu, ouviu sua mãe dizer:
“Vocês são mesmo farinha do mesmo saco”. Lembrou??
É isso! Esse amor espontâneo, que surge por empatia, é nada mais nada menos que reconhecimento de nós mesmos no outro.
Agora, eu sou louca, penso muita besteira e falo muita bobagem, mas se você aí acha que essa baboseira faz algum sentido, se entendeu ao menos o que eu quis dizer, diria que deveríamos então nos conhecer, existe uma grande possibilidade de sermos farinha do mesmo saco, e você pode estar guardando dentro de si parte de mim. Olha que lindo!
Seja bem vindo, eu lhe reconheço e lhe reverencio!!!
Alerta aos que além de loucos babam:
Se você é do tipo romântico que acredita em almas gêmeas, então eu endosso suas crença com este discurso, mas preste atenção, não se precipite, havia farinha demais em cada saco, muitas e muitas almas lhe serão gêmeas, pode colocar tudo em volta da sua vida, (farão parte), agora levar para o altar e ser feliz para sempre, acorda... é alma gêmea, mas totalmente insatisfeita como você. Aconselho tentar poligamia, pode dar mais certo nessa historia de felicidade.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Eu prefiro o dragão

Eu já sou muito antiga, sou de um tempo que ainda não era dado o advento das diversões atuais como os jogos eletrônicos, sou anterior mesmo a magnífica entrada da Xuxa na televisão e os novos e sensuais contos sem fada.
Sou mesmo de um tempo que criança brincava de short na rua, e menina brincava de boneca e casinha, e ouvia muitos contos com fadas e aqueles príncipes heróicos, que matavam o dragão pra salvar a linda princesa prisioneira na torre.
Coisa linda, muito linda, mas desde aqueles tempos eu já ouvia desconfiada, aquelas estórias. Achava meio metido e arrogante aquele príncipe e morria de dó do tal dragão.
Sabe que eu, já naquela época, simpatizava com o tal bichinho... grande... muito grande, faminto ...e que soltava fogo pelas ventas... sem jamais esconder suas emoções e suas verdadeiras intenções.
Achava o bichinho atrevidinhoooooooooo.
E cresci assim, meio apertada naquele vestido longo e quente de princesa, que não me parecia apropriado, e com aquela grinalda que coçava na cabeça. Mas eram assim as coisas pras meninas da minha época, devíamos crescer estudar escolher uma carreira, mas sem jamais nos desviarmos da atenção plena de descolar um príncipe num cavalo branco pra nos tirar da torre, casar, ter filhos e ser felizes para sempre.
E eu segui os moldes, mas mesmo que na ocasião eu ainda não compreendesse; nunca me esqueci do dragão.
Quanto mais me aproximava dos candidatos a príncipe, mais entediada eu me sentia, oh cara chato, oh cara fresco, vaidoso demais pra ser tolerável.
Requeria paciência, que eu definitivamente não tinha, sua performance era lamentável; se vestia e se penteava e fazia pose como quem vai ser fotografado a qualquer momento, quando não tava polindo a sua coroa, tava polindo o carro, sempre dissimulado em suas intenções, escondia o jogo, fazendo tipo de gostoso.
Chegava junto sempre verificando o território, avaliava antes de qualquer coisa se o alvo lhe traria alguma vantagem ou grandeza, aceitava todos os palpites da rainha mãe, escutava todas as opiniões de seus conselheiros amigos, era incorrigivelmente sugestionável, um saco. Avaliava, avaliava, pensava, pensava, fazia cara de paisagem como quem ta desinteressado. E eu princesa ...da-lhe investimento, da-lhe baton, da-lhe bilhetinho, da-lhe cartinha, da-lhe recadinho, da-lhe gracinha, da-lhe vestidinho novo, da-lhe “Feellings” no telefone, só pra convencer o principezinho, a simplicidade de dar um pega animal.
Mas que cara gay esse príncipe.
Fala verdade.
Ai, eu me lembrava do dragão. Cresci mesmo suspirando pelo dragão.
Bom nem preciso dizer que foi um desastre, porque quem quer viver o avesso da fabula se ferra em conflitos catastróficos, mas apesar de todos os percalços eu ainda sou mais o dragão.
O bicho, sabe o que faz, chega sem rodeios e anunciando sua entrada triunfal de longe, não faz segredo do que quer. Você sabe que ele vai te comer, nem que pra isso ele precise derrubar a torre, vai fazer sem pedir licença, sem perguntar nada pra ninguém, nem avaliar quaisquer circunstâncias, não mede esforços, passa por cima do que tiver pela frente, não há o que o detenha, o bicho solta fogo,... e lhe bota pra tremer. Te pega,... mata... e come. Cospe fogo e lhe deixa toda descabelada e marcada. Sai abanando o rabo sem deixar vestígios, é decidido, num tem frescura, ....
Mas também num deixa o telefone.....
Esse dragão é ótimo, oh bichinho corajoso, gosto muito dele sabia???
Saio toda chamuscada e um pouco machucada, demoro um pouco pra me recuperar do estrago, mas vale à pena. Oh se vale!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Acorda Alice!!!!!!!Acorda!!!

A vida é linda... mas sacode a gente como uma mãe exigente, que aos berros nos desperta de nossos sonhos tranqüilos pra não perdermos a hora, pra aquela aula chataaaaaaaaaa, na Escola da Vida.
Tem gente que acorda numa boa, aprende direitinho, faz todas as lições e segue feliz o seu destino.
Eu acordo sempre assustada, aborrecida, atrasada, contrariada e reclamando.
Tá... já entendi... num precisa gritar !!!!
Os episódios e acontecimentos no meu caminho são tão barulhentos e sacolejantes, que eu penso que minha vida tá gritando de desespero, para o meu despertar:
Acorda Alice... Acorda!!!!! O que lhe predestinado foi, lhe aguarda, não em sonhos, mas na vida que em sonho nenhum pode ser vivida.
E eu, continuo babando no prato.
Sonhando, distraída, tropeçando por todo lado.
Aí, como qualquer rebelde que já perdeu a causa, eu trato com ironia o acaso; subo no banquinho e faço discurso. E são meus discursos sobre porra nenhuma, que vou postar neste blog.
Aos que se submeterem, desculpem a ousadia e estejam avisados, eu mal sei falar corretamente, muito menos escrever corretamente, não sei identificar o uso correto dos: ssss, çs, zs, xs, chs, pontos, vírgulas, crases, acentos, concordâncias e toda a sorte de conhecimentos que são necessários pra se formar uma única frase; parece uma arapuca, uma grande armadilha.
Perdoem-me os letrados, mas em meu português ruim, confesso minha satisfação e alegria em escrever ao pé da letra, estas inconfidências.
È vingativo, é debochado, é divertido, é transgressor, sou eu.